(Em cada dedo, uma estrofe)
O símbolo da terra coloreou as digitais
pelos dedos as cinzas, a folha, o cipó.
Dizem mãos calejadas: voltarás ao pó
para não mais ecoares destoantes ais.
Mãos marcadas de Amor.
Da terra é e sempre será esse gemido.
Se, antes do fim, aceito minhas mortes,
em vida pelo Eterno serei um redimido,
como cintilantes constelações filhotes.
Mãos marcam, Amor.
Nessa terra desata-se o ignóbil nó,
de um insano esquecimento a ferir,
aprendendo a deixar de ser um só
e viver Daquele que deveras sentir.
Mãos são marcas de Amor.
A força do meu berço original
levantar-me-á da decadência,
como fez o Pai do sol matinal
trazendo a Meiga Consciência.
Mãos marcam de Amor.
Bebi Naquele Mundo, que nosso é e foi.
Sem ele, a vida contorce, distorce e dói.
Voltei logo saciado com uma presteza:
Imediatamente materializar delicadeza.
Mãos de Amor marcam.
Foto de Fernando Marinho
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