sábado, 20 de fevereiro de 2016

O PAI DOS POETAS

Ó Kabir, vieste ao mundo pela alta casta brâmane
Desceras à indigência abandonado pela mãe
Até um simples seio árabe dizer 
"Do nosso pouco, podes beber!"
E no útero dessa mesquita, 
Renasceras Cosmopolita

Hindu-muçul-manos
Deles, és um arcano
Do mais alto ao todo inferior foram os caminhos teus
E, em ambos, viras igualdade nessas faces de Deus

Sem sangues, um espírito revela-se universal
Pois, a Real Ascendência é, desta terra, o sal


Kabir
A influência de Adi Shankara (788 - 820 d.C) e da filosofia do Advaita Vedanta sobre Kabir é profunda e latente. Assim, monismo, não-dualidade e igualdade são princípios geradores das obras desses dois grandes luminares da humanidade.

"Por que perguntar ao homem de que casta ele provém? 
O sacerdote, o guerreiro, o comerciante provêm, todos, de Deus

Por que perguntar ao homem a qual casta ele se filia?
O barbeiro, a lavadeira, o carpinteiro são, igualmente, filhos de Deus.

Hindus e muçulmanos destinam-se à mesma meta,
Na qual todos se irmanam, e onde não subsiste nenhuma distinção."
__Kabir


"Vê a loucura do homem:
Na infância ocupado com seus brinquedos 
Na juventude seduzido pelo amor
Na maturidade curvado sob as preocupações

Teu filho pode trazer-te sofrimento
Tua riqueza não te garante o céu
Não te vanglories, pois, de tua riqueza
Nem de tua família, nem da juventude
Todas elas passam, todas hão de mudar
Sabe isso e sê livre

Não busques a paz nem a discórdia 
Com amigos ou parentes
Ó bem-amado, se queres alcançar a liberdade 
Sê igual em tudo"
__Shankara

"O homem contemplativo caminha sozinho. Ele vê Deus em todas as coisas. Tal homem não tem riquezas, mas está sempre contente. É desamparado, mas dotado de grande poder. Não usufrui nada, mas está sempre se regozijando. Não tem igual, mas vê todos os homens como iguais.
__Shankara



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