sábado, 18 de junho de 2016

A DESNECESSIDADE REVOLUCIONÁRIA DO BUDISMO

Qualificar ou caracterizar o Budismo é tarefa praticamente inútil e impossível. Talvez porque Buda, a princípio, separara espiritualidade de religião. Aquela seria imanente ao ser humano, enquanto esta corresponde às criações da sociedade. Espiritualidade interior. Religião exterior.

Desse modo, toda organização, intermediário ou sistema são um tipo de religião. E religião é a mesma coisa que uma crença ou parcialidade ou discriminação ou exclusão.

Somente a experiência do nada ou absoluto seria espiritualidade. Com efeito, a experiência mística ou espiritual caracterizaria-se como inominável, irredutível a qualquer padrão ou explicação humana. A fortiori, não se pode dizer que a experiência mística é budismo, nem que seja consequência dele ou proporcionada por ele com suas meditações e posturas. Em face da dificuldade da definição, mas na vaidade pretensiosa de violar o silêncio: a experiência mística é uma Graça, uma autorreferência.

Nesse sentido expositivo, o Budismo em seu aspecto manifesto é uma religião, contudo, ele proclama a sua verdadeira desnecessidade (e a de qualquer outra religião) para aquele que vive sua própria espiritualidade. Logo, todo ensinamento budista instiga-nos a um desapego da religião e de todo e qualquer sistema ou método ou submissão, inclusive do próprio Budismo.

Buda em seu leito de morte disse suas últimas palavras para aqueles que se precipitavam em querer segui-lo como o do caminho, da verdade e da vida: "Seja uma luz para si mesmo."






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